Você nunca soube engolir um desenlace. Especialmente quando o nó se transformou em fumaça. Você preferiu cordas soltas, bordas irregulares: a incerteza terrível da ambigüidade. Eu me lembro que cortava as últimas páginas dos livros, às vezes capítulos inteiros. Os incendiava, em outros momentos enterrava nas periferias dos cemitérios. Até eu perceber que você não destruía a todos.Havia anúncios no jornal local sobre um anônimo que enviava Finais às pessoas em toda a cidade. Ninguém entendia, uma brincadeira diziam um homem maluco de idade se divertindo antes do oxigênio deixar seus pulmões completamente. Foi o seu presente de despedida. Mas você só tinha dezesseis. Muito jovem para ser assustado pelo Fim. Para seu aniversário esse ano eu comprei um livro sobre alquimia, contudo,me certifiquei de arrancar a última palavra.(para sempre)
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