novembro 09, 2010

carta 111.

Meu quarto tem sido inundado com Stravinsky,ontem e quinta-feira passada e hoje,terça-feira.Mamãe tem tentado entrar;ela pensa que o gramofone vai ser o responsável pelo próximo dilúvio.Mas eu não posso ouvi-la.A Lullaby se propaga em cascata pelas pétalas e valsas do gramofone,delírio,com as bailarinas de Diaghilev.Eu choro. Deixe-nos dormir eternamente.Então o silêncio.Eu não posso evitar a ceder,a afogar-me.Então.Então as janelas estralhaçam ,cacos de vidro e cortes.Tudo permanece estático,congelado,tudo menos o meu corpo... dissolvendo pelo assoalho,esperando.

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